O que realmente faz a gasolina ficar mais cara? Donos de postos revelam

A recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a cadeia de distribuição de combustíveis no Brasil gerou uma resposta imediata da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

O presidente afirmou que a população estaria sendo “assaltada” pelos intermediários, sugerindo que a Petrobras deveria vender diretamente a grandes consumidores. Essa declaração trouxe à tona a complexidade da formação de preços dos combustíveis no país.

A Fecombustíveis, que representa cerca de 45 mil postos de combustíveis no Brasil, destacou que a composição dos preços dos combustíveis envolve diversos fatores, incluindo impostos federais, como o PIS/Cofins e a Cide. Esses impostos, juntamente com o ICMS cobrado pelos estados, impactam significativamente o preço final pago pelo consumidor.

Como os impostos afetam o preço dos combustíveis

Os impostos são uma parte crucial na composição dos preços dos combustíveis. Neste mês de fevereiro de 2025, houve um aumento no ICMS sobre gasolina, óleo diesel, biodiesel e etanol anidro. Esse aumento adicionou R$ 0,10 por litro na gasolina e no etanol, e R$ 0,06 por litro no diesel e biodiesel.

Esses ajustes fiscais refletem diretamente no preço pago pelo consumidor final, complicando ainda mais a percepção sobre quem realmente é responsável pelos altos preços.

Além dos impostos, a Fecombustíveis ressaltou que o processo de distribuição é mais complexo do que parece. A gasolina, por exemplo, sai das refinarias pura e só é misturada com etanol anidro nas bases de distribuição, tornando-se a gasolina C, que é vendida nos postos. O mesmo ocorre com o diesel, que recebe adição de biodiesel antes de ser comercializado.

Participação da Petrobras na formação de preços

Durante um evento da Petrobras, o presidente Lula sugeriu que a estatal poderia vender diretamente a grandes consumidores para reduzir os preços. No entanto, a Fecombustíveis esclareceu que a fatia da Petrobras no preço da gasolina é de 34,7%, enquanto no diesel é de 46,8%.

Isso significa que, mesmo que a Petrobras venda diretamente, outros fatores ainda influenciam o preço final.

Além disso, as margens de distribuição e revenda representam cerca de 15% do preço final, excluindo o frete. Essas margens cobrem custos operacionais como salários, encargos sociais, aluguel, e outras despesas necessárias para a manutenção dos postos de combustíveis.

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