O panetone, um dos símbolos mais marcantes do Natal, é muito mais do que um simples pão doce. Sua história é cercada por lendas, tradições e até regulamentações. Conheça mais sobre a trajetória desse produto que conquistou paladares ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
1. A origem enigmática do panetone
A história do panetone está envolta em mistério e encanto. Duas lendas principais disputam a criação desse doce tão popular. Ambas têm como protagonista um homem chamado Toni, cujo nome acabou batizando o “pane di Toni”, ou pão do Toni, em italiano.
A primeira narrativa sugere que Toni era um jovem padeiro que se apaixonou pela filha de seu patrão. Para conquistar a família da moça, ele criou um pão doce com frutas secas, açúcar e ovos. O sucesso foi tanto que o “pane di Toni” se tornou um clássico, ganhando fama além das fronteiras italianas.
Já a segunda versão aponta que o panetone nasceu de um erro na cozinha. Durante um banquete na corte de Ludovico Sforza, o Mouro, um chefe de cozinha queimou a sobremesa planejada. Em meio ao desespero, Toni, ajudante do chefe, propôs utilizar uma massa de pão que havia guardado, incrementando-a com frutas secas e outros ingredientes. O resultado foi tão surpreendente que a nova sobremesa se tornou tradição nos natais da corte.
2. Panetone: uma receita protegida por lei
Na Itália, o panetone é tratado com tamanha seriedade que, em 2005, foi criado um decreto para regulamentar sua produção. Essa legislação define os ingredientes que compõem o “autêntico panetone italiano”. O objetivo é proteger a tradição, assegurar transparência no mercado e informar os consumidores sobre a autenticidade do produto.
Os ingredientes obrigatórios incluem farinha de trigo, açúcar, ovos frescos, manteiga, uvas-passas e frutas cristalizadas. Qualquer variação que fuja desses elementos não pode ser oficialmente comercializada como panetone na Itália.
3. O panetone chega ao Brasil
No Brasil, o panetone foi introduzido pelos imigrantes italianos após a Segunda Guerra Mundial. A tradição começou a se consolidar a partir de 1948, quando as primeiras fornadas começaram a ser comercializadas no país. Com o passar dos anos, o doce ganhou adaptações ao gosto local, surgindo versões como o chocotone, recheado com gotas de chocolate, que se tornou um dos favoritos dos brasileiros.
Hoje, o panetone é indispensável nas celebrações natalinas brasileiras, consolidando-se como uma ponte entre culturas e um símbolo de união durante as festas de fim de ano.
Um ícone atemporal
O panetone, com sua história rica e sabor marcante, ultrapassa gerações e fronteiras, continuando a encantar pessoas ao redor do mundo. Seja pelo amor, pelo acaso ou pelas tradições preservadas, ele permanece como um símbolo de festividade e partilha.