O recente desligamento de quatro igrejas pela Convenção Batista do Sul (SBC) nos Estados Unidos tem gerado discussões e colocado em evidência a postura da denominação diante de questões como liderança feminina e abuso sexual. Entre as igrejas afetadas, a Immanuel Baptist em Paducah, Kentucky, destaca-se por ter uma pastora sênior, a reverenda Katie McKown, levando à sua remoção da comunhão batista.
A decisão da SBC de desassociar a Immanuel Baptist baseou-se na alegação de que a igreja possuía uma “fé e prática que não se identificam intimamente com a declaração de fé adotada pela Convenção, como demonstrado pela igreja ter uma pastora líder atuando no cargo de pastor”. O caso reflete o embate dentro da denominação sobre a presença de mulheres em posições pastorais, evidenciando a divergência entre a Immanuel Baptist e a postura oficial da SBC.
Igrejas afetadas
Outra igreja afetada, a Nova Esperança em Gastonia, Carolina do Norte, foi desassociada devido à falta de participação financeira relatada por pelo menos os últimos cinco anos e à suposta recusa em cooperar para resolver uma questão de fé e prática. Apesar de não listar explicitamente mulheres na equipe pastoral, a Nova Esperança defende a igualdade no ministério, ordenando mulheres como diáconas e pastoras.
Além disso, as igrejas Grove Road em Greenville, Carolina do Sul, e West Hendersonville em Hendersonville, Carolina do Norte, enfrentaram questões relacionadas a abuso sexual, levando à sua desassociação. A SBC CE afirmou que a Grove Road Baptist seguiu “uma falta de intenção de cooperar para resolver uma preocupação sobre a má gestão do pastor de uma alegação de abuso sexual”. A West Hendersonville Baptist é acusada de agir “de forma inconsistente com as crenças da Convenção em relação ao abuso sexual” ao manter o pastor Jerry Mullinax, considerado “biblicamente desqualificado”.
Esses desligamentos recentes seguem uma série de expulsões promovidas pela SBC desde a renovação do Comitê de Credenciais em 2019, sinalizando uma postura firme da denominação em relação a questões doutrinárias e éticas. O debate sobre a liderança feminina continua a moldar o futuro da SBC, com uma resolução proposta para impedir mulheres de serem “pastoras de qualquer tipo”, que será votada na reunião anual da SBC em 2024.