Empréstimo consignado do INSS pode ficar mais difícil de solicitar: entenda
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) anunciou recentemente a elevação do teto de juros do crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A taxa mensal subiu de 1,66% para 1,8%.
A adequação do teto de juros surge em resposta às dificuldades que os bancos enfrentavam para conceder crédito com as taxas anteriores. O cenário econômico brasileiro e o ciclo de alta na taxa Selic também influenciaram essa decisão.
De acordo com o INSS, é possível que bancos ofereçam taxas de juros menores, desde que não ultrapassem o novo limite estabelecido.
Por que o teto de juros aumentou?
A decisão para aumentar o teto dos juros consignados está ligada ao contexto econômico do país.
As instituições financeiras argumentavam que o enquadramento da onda de aumentos na taxa Selic tornava inviável operar com o antigo teto de 1,66%. Uma mudança era inevitável para viabilizar a continuidade da concessão de crédito.
Com o novo teto a 1,8% ao mês, os bancos têm um incentivo adicional para retomar e expandir suas ofertas de crédito a aposentados e pensionistas.
Como o aumento da Selic influenciou o teto do consignado?
O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa Selic, aumentou este índice para 12,25% ao ano em dezembro do ano passado.
A alta refletiu nas condições de crédito no país, já que o custo de captação dos bancos subiu. Isso levou ao ajuste no teto de juros consignados, que foram alinhados com a realidade econômica vigente. No entanto, a redução da Selic até maio de 2024 já havia permitido uma diminuição do teto, que passou de 1,91% para 1,66%.
O atual reajuste segue a trajetória inversa, refletindo o desafio de alinhar as condições de mercado com as necessidades dos consumidores de crédito consignado.
Mudanças no crédito consignado
O crédito consignado possui uma característica interessante: um desconto direto no benefício do aposentado ou pensionista. Com isso, a margem de segurança para os bancos é maior, o que historicamente garantiu taxas mais favoráveis.
Hoje, o segurado do INSS pode comprometer até 45% de seu benefício com essas operações financeiras. Desse montante, 35% são para empréstimos pessoais, e 5% são direcionados ao cartão de crédito e ao cartão de benefício.
A alteração na taxa de juros pode motivar bancos a flexibilizar suas condições para concessão de crédito. No entanto, ainda há um equilíbrio delicado entre as oportunidades de crédito e a capacidade de pagamento dos tomadores, especialmente num cenário econômico incerto.
Impacto na vida dos aposentados e pensionistas
A decisão de aumentar o teto dos juros para empréstimo consignado impacta diretamente a vida dos aposentados e pensionistas do INSS.
Um aumento na taxa de juros pode ampliar as opções de crédito, ainda que a um custo superior ao anterior. O número substancial de contratos ativos, estimado em 44 milhões, destaca a relevância desse mercado.
A medida visa facilitar o acesso ao crédito em tempos de aperto econômico. Contudo, os trabalhadores e aposentados devem avaliar criteriosamente as condições da oferta e suas necessidades financeiras antes de contrair novos compromissos.