Brasil no topo do ranking mundial – mas o quadro econômico não é nada bom; entenda
O Brasil reassumiu a posição de país com a maior taxa de juros reais do mundo, após o Banco Central ter elevado a taxa Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. Este movimento, ocorrido em 29 de janeiro de 2025, resultou em uma taxa real anualizada projetada de 9,18%.
Essa mudança de posição se deu em um contexto no qual a Argentina reduziu seu juro-base, alterando significativamente o cenário regional e global.
A Argentina, até então líder no ranking de juros reais, realizou um corte de 3 pontos percentuais em sua taxa básica, baixando-a de 32% para 29% ao ano. Com isso, seu juro real caiu de 9,36% para 6,14%. Essa alteração promoveu a ascensão do Brasil ao topo do ranking, destacando a importância das políticas monetárias no contexto econômico global.
Implicações do aumento da Selic
A elevação da Selic para 13,25% ao ano tem várias implicações para a economia brasileira. Em primeiro lugar, ela reflete um esforço do Banco Central para conter a inflação, utilizando os juros altos como mecanismo de controle.
Isso, por sua vez, pode ter um efeito direto sobre o poder de compra da população e sobre o financiamento de empresas e consumidores.
Adicionalmente, a alta dos juros tende a impactar diretamente o custo do crédito e o ritmo da atividade econômica. Investidores podem ser atraídos por um retorno mais alto sobre aplicações de renda fixa, enquanto setores mais dependentes de crédito, como o imobiliário e o automobilístico, podem enfrentar desafios na manutenção de suas atividades.
Como a taxa de juros afeta o cenário internacional
Comparativamente, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking global de maiores juros nominais, superado apenas por países como Turquia e Rússia. A atualização mais recente posicionou a Turquia no topo, com uma taxa de 45%, seguida pela Argentina e Rússia, com 29% e 21%, respectivamente.
Os dados fazem parte de uma análise que envolveu 40 países, destacando o papel do Comitê de Política Monetária do Banco Central na definição da taxa básica de juros do Brasil. Este organismo tem a responsabilidade de equilibrar a necessidade de controlar a inflação com o impacto sobre o crescimento econômico.