Presidente do IMDS critica Bolsa Família e emite comunicado: “não tropeçou sozinho”
O programa Bolsa Família, desde sua criação, tem desempenhado um papel crucial no auxílio às famílias de baixa renda no Brasil. Em 2025, o programa completará 22 anos, destacando-se não apenas pelo seu tempo de existência, mas também pelos números expressivos de beneficiários alcançados ao longo dos anos.
Ao longo dos últimos anos, o número de beneficiários do Bolsa Família cresceu substancialmente, especialmente durante a crise da Covid-19, quando o programa foi temporariamente substituído pelo Auxílio Brasil, com aumentos significativos nos valores repassados.
Apesar de avanços notáveis em indicadores sociais, o programa enfrenta críticas quanto à sua eficiência e sustentabilidade econômica no longo prazo, conforme apontam especialistas e economistas.
“Eu não diria que [o Bolsa Família] tropeçou, ou pelo menos que não tropeçou sozinho. O fato é que o Brasil tem enfrentado nos últimos 30 anos um ritmo de crescimento muito baixo. Toda vez que se forçou aconteceu uma crise pós-crescimento, o que é semelhante ao que vemos hoje”, afirmou Paulo Tafner, presidente do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), à CNN Brasil.
Interrupção da pobreza?
O principal objetivo do Bolsa Família é interromper o ciclo da pobreza entre gerações. No entanto, o desafio de garantir que os filhos dos beneficiários tenham melhores oportunidades no mercado de trabalho ainda persiste.
A criação de empregos é apontada como a maneira mais eficaz de elevar as pessoas acima da linha da pobreza. Assim, o programa deve ser visto como parte de um esforço maior que inclui educação de qualidade e saúde acessível.
Economistas destacam que, para que o Bolsa Família cumpra efetivamente seu propósito, ele precisa ser complementado por outras iniciativas públicas. Isso inclui não apenas o estímulo à educação, mas também investimentos em saneamento básico e infraestrutura, que geram oportunidades no mercado de trabalho para as novas gerações.
Sustentabilidade do Bolsa Família
Nos últimos anos, os gastos com o Bolsa Família aumentaram significativamente em termos econômicos. De 2008 a 2023, essa despesa subiu de 0,3% para 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Economistas argumentam que um programa de tal magnitude não é sustentável sem uma estratégia fiscal robusta.
O equilíbrio das contas públicas será crucial para garantir que o programa continue alcançando aqueles que mais necessitam, sem colocar em risco a economia do país.