O congelamento da tarifa dos ônibus na cidade de São Paulo é um tema controverso que afeta diretamente a economia da cidade e a qualidade do serviço prestado aos paulistanos.
Desde janeiro de 2020, a tarifa permanece inalterada em R$ 4,40, decisão tomada durante o governo de Bruno Covas. Embora muitos usuários do transporte coletivo aprovem a manutenção desse valor, os desafios para a administração pública aumentam a cada ano.
Durante quatro anos, a inflação acumulada na cidade, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 32,77%. Uma atualização tarifária que levasse em conta toda essa inflação elevaria o preço para cerca de R$ 5,84, o que não é o plano atual da gestão de Ricardo Nunes.
O prefeito sinalizou que, mesmo que seja inevitável algum reajuste, ele deverá ser inferior à inflação total acumulada.
Qual é o impacto financeiro dos subsídios ao transporte?
A manutenção do preço dos bilhetes congelados implica um aumento nos gastos da prefeitura com subsídios.
Essa medida visa compensar as empresas de ônibus pela diferença entre a tarifa efetiva cobrada dos usuários e o custo real do serviço. Em 2024, até outubro, os gastos com subsídios atingiram R$ 5,640 bilhões, representando um aumento significativo em relação aos anos anteriores.
O custo crescente reflete não apenas a manutenção da tarifa, mas também os impactos da pandemia de Covid-19, que reduziu a demanda e a arrecadação. Para 2025, está prevista uma despesa de R$ 6,4 bilhões com subsídios tarifários, segundo o projeto de lei orçamentária em análise na Câmara Municipal.
Como a cidade enfrenta a explosão dos subsídios?
Para combater o aumento nos subsídios, a administração pública tem buscado alternativas que não penalizem os usuários do sistema de transporte, considerando também a saúde financeira do município.
Entre as medidas adotadas está o programa “Domingão Tarifa Zero”, que proporciona transporte gratuito aos domingos, além da integração gratuita entre ônibus e descontos na utilização conjunta com sistemas sobre trilhos.
Outras iniciativas incluem o embarque gratuito para idosos, estudantes e pessoas com deficiência. Contudo, a sustentabilidade de tais práticas precisa ser regularmente reavaliada, em especial se os custos continuarem a crescer.
Quais são as perspectivas para o futuro tarifário em São Paulo?
O futuro do transporte público em São Paulo permanece incerto diante do dilema entre ajustamento tarifário e subsídio crescente.
Nos meses seguintes, espera-se que a Prefeitura de São Paulo apresente um estudo detalhado que justifique qualquer potencial aumento. Este estudo deve considerar variáveis como dissídios salariais de funcionários, preço dos combustíveis e outros custos operacionais.